quarta-feira, 20 de abril de 2011

Delírio à beira-mar...



Tinha o destino traçado como em profecia
Falou a velha louca ao ler-me a mão
Disse que o futuro é como linha riscada no chão
E ao tentar afastar-me, mais cedo o traria
Senti por meu corpo uma brisa fria
Decidi, por fim, encontrar meu lugar
E não entregar-me ao delírio lunar
Da velha que julguei ter perdido os sentidos
Mas hoje te vejo e penso arrependido
Pra velha tá certa, o destino traçado
Meus passos escritos e nossos nomes gravados
Nas areias tão claras da beira do mar.


Hoje se tu me chamasse, eu ia correndo
Esquecia das horas e dos compromissos
Faria o que fosse e não fosse preciso
E chegava onde estás com o sopro do vento
Como as folhas de outono, numa manhã de sereno
Caía em tua janela antes do galo cantar
Te tirava da cama, pra depois te deitar
Começaria te beijando pela ponta do pé
E com movimentos contínuos de força e fé
Seríamos nós dois, como as ondas do mar...
Romáryo Almeida Cavalcanti

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