domingo, 3 de abril de 2011

À/A Venda...


- Vendem-se Sonhos
           
Ao homem tímido
            De vida áspera
            Que com indiferença cástica
            Retira das ruas,
Entulhos mórbidos

- Vendem-se Sonhos
           
            Aos órfãos sáfaros
            De pátria inóspita
            Que mais parece um sarcófago
            Pra os de sorte drástica

- Vendem-se Sonhos
           
            Aos moribundos clínicos
            Que aguardam estáticos
            Pelo fim profético
            Ou a cura ilógica

- VENDE-SE SONHOS, Grita, a Vida ávida
            Diz que é enganação, o Destino presságico!
            Até que encerra o expediente, a Morte trágica!

Romáryo Almeida Cavalcanti

Um comentário:

  1. Fiquei, como posso dizer, "pasmada"!

    Tanto a estética do poema, construído com o "estrondo" das proparoxítonas, quanto o sentido dos versos, arremessam-nos contra a parede das realidades, inclusive anônimas, que ajudamos a "fiar"...

    Quanto custa um sonho?!

    Meus parabéns, de pé!

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